quarta-feira, 5 de junho de 2013

anjos

por caminhos impensáveis
anjos e anjos e anjos

eram pegadas legiões bandos
autómatos caminheiros peregrinos
sem bordão que as promessas
vivas navegavam entre os corpos
e as incertezas pisavam a lama
tijolos de adobe inconsistente
desespero do sangue dos braços
caídos sem forças para erguer
clamores lamentos inaudítos
inaudíveis fronteiras de aço
gritos de nevoeiro rasgado
urgência de um clarão
para lá do abandono. porquê

… as eternas diferenças
intemporais?! anjos

                  Arte de Fernando Silva

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