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domingo, 12 de maio de 2013

dois anjos


eram dois anjos e alguém
asas brancas lhes roubara
alvos anjos branco branco
luz branca que iluminava
quem asas tinha e as usava
para saber voar na luz

uma luz iluminava
um rosto branco sorria
um outro rosto chorava
alvas lágrimas caíam
no branco que lhes cobria
os corpos plenos de alvura

deixando soltos os passos
que a branca neve envolvia
palavras brancas dizia
alvas marcas caminhava
veredas de sonhos brancos
neve? luz? distante olhar

alvo  branco branco                                                                        
                 Arte de Fernando Silva

segunda-feira, 6 de maio de 2013

azul


arco, ponte, túnel,
rosa navegada
barco vivo

à contraluz do gesto
de raios, sombras,
branco buraco

abóbada suspensa
auto de transcendência
que os dedos não apagam

traço gesto

lado a lado

as mãos

          Arte de Fernando Silva

quarta-feira, 1 de maio de 2013

onda da criação





nunca o gesto foi tão prenhe
de dor e alegria da criação

rebentam         elementos
                 os

gesto verbo artista Deus

vórtice ou espiral

do fogo à água
mão invisível
se evapora
nuvem
           tinta
                    espuma
  
 
  Arte de Fernando SIlva

sexta-feira, 26 de abril de 2013

escreve-me... por inteiro

                                 Arte de Fernando Silva

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Do coração um rio










Do coração um rio, um mito, fonte ou árvore
telhados de gestos transversais num centro
em que as diagonais da vida são rumos
ou setas apontadas a um certo olhar ...

         Arte: Fernando Silva

quinta-feira, 18 de abril de 2013

longe irão os barcos




longe irão os barcos
se não me levas ao longe
os pássaros assustados
em círculos esperam
e voam por mim.
há rostos submersos
ovais que se fazem eclipses
reveladores das águas.
quando afinal o poema
ainda nem era
sonhado. e definem
margens inexistentes
para depois rasgar
as fronteiras dos mapas
à espera da viagem
resposta possível. não há
espelho nem apolo nem
narciso. só o branco
meu. um olhar. escrito.
teu                                                

                                                     Arte  de  Fernando Silva  

terça-feira, 16 de abril de 2013

o pianista



improviso da memória de uma tela:
o pianista na rádio na sala ou no livro
era um concerto de palavras graves
algumas leves outras em voo
marcando ritmos de vida no chão
de madeira do violoncelo. em diálogo
branco as teclas do piano
as cordas e as sílabas
harmonizam a pontuação
e aplaudem os metais e os sopros.
novas palavras se cruzam
com os dedos e harpejos
da morte que a lira matou.
sim. há flores nos cabelos
nos nomes das bailarinas
há esboços de poemas e passos
semeados no caderno como notas
e vozes. e palmas azuis
retratadas em barro acarinhado.
som. prolongado finale. recolhido olhar
num livro concerto de muitas mãos
e viagens anónimas recriadas

no meu (re)canto eu vos canto
no meu canto vos escuto                                                      © João S Martins – Arte Fernando Silva