(...)

votos de paixão e de silêncio

na idade em que tudo é ambição

para outros um futuro e a nós

a eternidade encondida no desejo

o tempo e as coisas

                                 "O tempo pôs as coisas no lugar"

   
       Gabriel Garcia Marquez,

       In “Cem anos de solidão”

no meu lugar o teu tempo

deixou espaços e coisas

o vazio de outras coisas

que preenchiam o tempo

sombras do que não existe

nos espaços já vazios

as coisas têm o seu tempo

das coisas que já não estão

e tudo teve o seu tempo

para as coisas de outro tempo

vai-se o tempo vão-se as coisas

fica a saudade das coisas

e sem que as coisas voltem

nascem memórias no tempo



(...)

há mais palavras no forno

deste pão feito de letras
escritas para despertar      

o silêncio

IPMA - International Portuguese Music Awards 2014

IPMA - International Portuguese Music Awards 2014

International Portuguese Music Awards's video. 

World Music/Fado 
"Enquanto as pedras me falam" by Fatima Santos
...
Song of the Year 
"Enquanto as pedras me falam" 
by Joao Martins João S Martins/Jose Luis Iglesias

Março 22, 2014

Pedras falantes

Enquanto as pedras me falam

histórias vivas sem tempo,

sinto nas pedras que afago

as carícias de outro vento…

           Vento meu, traz-me as memórias

           por entre as pedras perdidas!

Lascas de pedras rasgadas

de um tempo que se fez perto,

palavras mil semeadas,

folhas rasas, livro aberto.

           Livro meu, lê-me as histórias

           por entre as pedras vividas!

Corpos de pedra, sem braços,

de musgo verde vestida,

saudosos de outros abraços,

de um sopro que lhes dê vida.

Sonho meu, canta as vitórias 

sobre as pedras construídas!

REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências

nova série | número 44 | fevereiro-março | 2014

http://novaserie.revista.triplov.com/numero_44/joao_s_martins/index.html

memórias das memórias

às cinco da manhã

há castelos de frágeis cartas

entre sono chaves sonhos

à beira do escuro em risco

de se apagarem na noite

que a porta esconde

a tua mão bate

do outro lado do dia

" my cousin... Alberto "

Poderia recordar histórias que, para mim, chegam nas cordas de uma guitarra há mais de vinte anos... ou falar da arte, sensibilidade, alguma teimosia, dos sons e olhares distantes e tão perto. Ou das mãos que escolhi para as ondas do fado. Do fumo ao redor da mesa ... de outros instantes de festa. De alguns olhares de tristeza e de saudade... a mesma que deixou a ligar tantos amigos!...

Mas sobretudo direi do carinho com que me dizia: "cousin", já tenho uma música quase pronta para os teus versos..." . Continua a dedilhar, "cousin", a compor, a escolher o melhor som! Espero um dia ouvir o prometido fado!

ao meu "primo..." Alberto Resende

quixote talvez

entre nuvens e o fumo

de um cigarro o vapor

de voláteis pensamentos

diferente era a lança

o cavalo e o sonho

um coração nas mãos

e a voluta da guitarra

cavalgavas no dorso

das ondas da voz

de outro mar de sons

da paixão e de outro fado

na madeira os nós

as marcas nos dedos

viagens percorridas

preso às cordas

não sei se desististe

e foste para o longe

bebo um copo de saudade

em tua memória "cousin"

meu "primo" ... Alberto

quixote senhor das ondas do fado

bebo mais um copo de saudade

em tua memória, "cousin ..."

POEMAS DE CAFÉ - Coffee Poems

não te direi

azedo e amargo antes amigo 

há letras

que só rimam

com o primeiro trago.

depois...  prolongam-se

Livros... livros... e muitas palavras disponíveis

 OS LIVROS DE 

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