quinta-feira, 18 de abril de 2013

longe irão os barcos




longe irão os barcos
se não me levas ao longe
os pássaros assustados
em círculos esperam
e voam por mim.
há rostos submersos
ovais que se fazem eclipses
reveladores das águas.
quando afinal o poema
ainda nem era
sonhado. e definem
margens inexistentes
para depois rasgar
as fronteiras dos mapas
à espera da viagem
resposta possível. não há
espelho nem apolo nem
narciso. só o branco
meu. um olhar. escrito.
teu                                                

                                                     Arte  de  Fernando Silva  

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