sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
InComunidade - Poemas de João S Martins
intemporal
era cedo para
fazer e desfazer
a cama quando antes era tarde
para semear desejos e gemidos
a cama quando antes era tarde
para semear desejos e gemidos
era cedo para
dizer não ao tempo
a tempo de dizer sim à eternidade
antes que seja tarde e seja fim
a tempo de dizer sim à eternidade
antes que seja tarde e seja fim
cedo ainda
era cedo para dizer
que o tempo para nós não será mais
nem cedo nem tarde apenas é
que o tempo para nós não será mais
nem cedo nem tarde apenas é
o tempo de
fazer e de entregar
os corpos ainda jovens no seu tempo
cedo ou tarde será tarde será noite
os corpos ainda jovens no seu tempo
cedo ou tarde será tarde será noite
por isso
nunca é cedo nunca é tarde
para quem esse tempo é mais que a vida
que chega sempre a tempo e horas
para quem esse tempo é mais que a vida
que chega sempre a tempo e horas
e amanhã bem
cedo nova cama
corpos novos repletos de outro tempo
e de palavras como nós intemporais
corpos novos repletos de outro tempo
e de palavras como nós intemporais
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
só
não sei se era por causa do branco da neve da rua ou seria do frio lento a
chegar à cama
ontem senti-me só estava estavas e por isso viajei uns anos mais à frente e
lá estava estavas também tu só que não vi à nossa volta o tempo de ontem em que
não estava só
não digo velho só somente apenas sequer senão diria que estavamos sós que
um dia estaríamos sós
só fiquei assim por sentir que tu estavas longe tão longe como eu só tão só
como tu e como eu
mas porque é que eu estou assim a escrever estas palavras repetidas no sentido fechado numa sala em que só eu estou e por isso só me sinto te sinto os sinto a todos um pouco
sós
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
poema do pudim flan
vinte anos depois
(se for trinta ou trinta e cinco
pouca diferença faz, para o caso)
então, um pudim de ovos no forno em
banho-maria,
hoje um flan, cozinhado na panela de pressão.
mudam-se os tempos...
no meio do nervosismo da inexperiência,
aquele demorou, pelo menos, hora e meia de cozedura,
depois de minuciosamente ler as instruções
na tele-culinária, o que já me levara outra meia
hora.
este, agora, preparado em quinze minutos,
outros quinze para cozinhar,
depois de a panela ganhar pressão,
mais quinze para manter a cozedura e
depois o tempo necessário para serenar.
era o teu aniversário,
tal como então quis surpreender-te
hoje é o nosso aniversário,
de surpresa em surpresa,
tal como ontem, um pudim
aquele, na memória,
este, agora, de memória,
de memórias, açúcar,
momentos doces condensados...
e muito calor
vinte anos depois
(se forem trinta ou trinta e cinco
pouca diferença faz, para o caso),
os aniversários são assim,
não têm dia, têm dias...
ansioso para que chegue o fim do jantar,
esperam-nos duas taças, duas fatias, duas velas,
beijos, ...
feliz
aniversário!
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Os olhos do meu avô ...
Canção da avozinha
https://www.youtube.com/watch?v=6c9vCEQjwDA
(Avozinha - Autor: Alves Coelho Filho. Intérprete: Maria de Lurdes Resende)
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