Arte de Ivone Martins
domingo, 31 de agosto de 2014
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Pedras falantes
Enquanto as pedras me
falam histórias vivas sem tempo
sinto nas pedras que afago
carícias de um outro tempo.
Vento meu traz-me as memórias
por entre as pedras vividas!
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escultura,
escultura João Martins,
poema
terça-feira, 26 de agosto de 2014
"I read as a boy..." - Preface
Joao Martins’ latest poetry book- quando
menino eu lia.... is a much welcomed addition to a personal
production centered on his life long passionate quest for artistic expression,
whether in the form of poetic writing, music, photography, painting and wood
carving. This new book constitutes a
powerful poetic and spiritual exploration of the many stages of the poet’s
quest since childhood to adulthood that ends up joyfully confirming the poet’s
timeless poetic vocation and his eternal quest to forge, create, and construct
different growing imaginative worlds (childhood, youth, adulthood). This is an
excellent, beautifully written and intellectual text, focusing first on that
extraordinary world of a menino’s discovery of the magic world of words. It is the personal and artistic journey of
someone intensely and passionately searching for the appropriate form of art to
capture, structure and enunciate his poetic self at different stages of life.
Chilean Nobel Prize Laureate
Pablo Neruda once stated that if people would ask him what his poetry was
about, he did not know. But added that by going directly to his
texts, the poetry would more precisely reveal who he was. In the same way, Joao Martins’ poetry, in the best tradition
of Whitman, Marti, Pessoa, Borges,
Neruda, is the vehicle to enter to the
literary and philosophical ideas and beliefs that embrace his poetic
pathos. What interests the most are not
necessarily the anecdotical biographic circumstances (always present in any
text) but how human experiences
determining, shaping or affecting the formation of the poet’s world and his
inter relations with society and surrounding world transcend and speak to all.
quando menino eu lia...is an ode to the pleasures of reading and
writing. It is an invitation to
partake in the journey of learning and yearning for knowledge and freedom. To read is to know and to be free, and to
read this book is to learn about Joao Martins’ genuine and authentic love for
words.
Asela Laguna
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
"I read as a boy..."
“This is an excellent, very mature and intellectual text! Beautifully written, centering on that extraordinary world of a menino, it traces the philosophical search for that poetic essence that searches for expressivity and in doing so, provides also a literary trajectory in the formation of the poet!”
Asela Laguna
sábado, 16 de agosto de 2014
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
UMA VIAGEM REMOTA PARA UMA CIDADE INTERIOR
1. Um caminho
pode ter quilómetros, uma estrada dez metros ou trezentos passos (a distância
entre duas margens), ou pode apenas ser o salto virtual que a mente lhe
atribuir. E nele viajar na distância infinita ou no tempo finito.
Chega-se a uma cidade sem pregões e sem
bandeiras, por muitos que sejam os panos coloridos a adejar nas janelas, içados
num mastro, virtual.
Começam-se viagens sem destino mas com
esperança, usam-se os barcos ou as asas dos pássaros, colhem-se ventos e fumos
ou, apenas, chega-se. À cidade remota, que a nova viagem é já na próxima
paragem.
Sai-se de entre as pedras. Por entre
montes e vales chega-se à cidade, (in)capaz de abarcar os sonhos. Damos-lhe
asas. De gaivota ou de avião. É uma nave a cruzar o grande rio atlântico.
Aterra-se no desconhecido, fala-se em muitos tons, come-se da fartura de pão
(ainda que amassado pelo diabo). Vive-se. Celebra-se o longe que longe ficou.
Estrangeiros em casa própria. Nem “de
cá, nem de lá”. Nem sempre o dizem, dia a dia o sentem. As cartas ou mensagens
não arrefecem o sentir, que se acende a cada hora. Na contínua exigência, a
saga continua. De pais para filhos, agora divididos. Pelo rio, pelas palavras,
por quilómetros, dez metros ou trezentos passos...
Pode ter sido esta a viagem de vinte e
sete anos atrás, ou a saga de milhares, durante séculos, mesmo dos que virão!
Cheios de mistério e alguma fé no desconhecido... Porque só poderá falar da
viagem quem a vive. Mesmo que seja apenas numa rua.
2. Trezentos
passos é uma viagem curta e tão longa... para quem sai das serranias da
Estrela, e de Lisboa chega a Beijing ou Nova Iorque! Longe, quase no fim do
mundo... ali ao lado.
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
A arte de Fernando Silva
Um obrigado especial ao amigo Fernando Silva por esta magnífica Biblioteca
aguarela que ele pintou e é capa do livro
aguarela que ele pintou e é capa do livro
"quando menino eu lia" - I read as a boy..."
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terça-feira, 12 de agosto de 2014
MOMENTOS
Na polifonia de sonhos, pode ser quebrada a minha fala, mas mantenho os
sonhos intactos (exceptuando breves momentos de dúvida e dores). Se bem que podem
ser sonhados em qualquer linguagem, torna-se mais fácil nas palavras que aprendi
com o leite e sorriso maternos. Assim, na minha linguagem de berço ensinei os
filhos (daí dependiam os laços com o longe e o tempo), enquanto, na linguagem
deles, aprendia as novas cores dos sonhos.
Cada momento, uma esperança...
que me desses a
obra das tuas mãos, eu entendia, até o desejava...
não sei que idade
teria, dos sonhos longos não alcançava o fim, mas logo
(chega o momento de uma alegria descrente...)
se tivéssemos
vivido mais tempo juntos, que belas coisas teríamos feito...
não vivemos... e
então?... acabou a poesia? morreu a arte?
e acrescentavas: as
ferramentas, essas não tas dou, ainda vou precisar delas
mas que farei eu
com elas?
que idade terias quando assim falaste? (e eu, que idade teria?) e
agora?...
afinal, o que eu
quero...
são as mãos, as
tuas mãos!...
eu sei...
Trazes poesia em cada aperto de mão, porque as tuas mãos são feitas de
poemas, sílabas sinceras, versos de inocência, como só desenham as mãos
verdadeiras. Poemas coloridos, mais que cinco as cores de um arco iluminado só
completo a duas mãos.
Quando as mãos se apartam, ficam salpicadas de gotas feitas de poemas,
dedos, versos, laços que uniram as mãos vivas nas veias que trazes em cada
sílaba e aperto de mão. Apertaste as minhas mãos como quem escreve um poema, a
cada instante as tuas mãos depositam sementes e um poema verdadeiro em minhas
mãos.
também eu sei...
Em cada momento, uma serena alegria expectante...
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
"quando menino eu lia..."
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
a idade dos "moxos"
do "moxo velho" aos menos velhos
artistas amigos e manos
velho e novo meros nomes
só por si não acrescentam
sabedoria a quem identificam
entrou na noite
deixando para trás
as batalhas da história
nela e nos corações
ganhou lugar
nas noites de outros tempos
outras idades distantes
encontros valem
pelo que nos dão
nomes pelo que deixam
às novas gerações
de pequenas aves
no tempo
artistas amigos e manos
velho e novo meros nomes
só por si não acrescentam
sabedoria a quem identificam
o autêntico moxo velho
esse bateu asasentrou na noite
deixando para trás
as batalhas da história
nela e nos corações
ganhou lugar
outros moxos
outras visõesnas noites de outros tempos
outras idades distantes
encontros valem
pelo que nos dão
nomes pelo que deixam
às novas gerações
de pequenas aves
para que possam ver
na noite eno tempo
(fotografias de autor desconhecido)
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
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