na álea de entrada
a casa lá ao fundo
lado a lado os cedros
perfilam-se bem altivos
graciosamente alinhados
provavelmente ao longo
dos muitos anos
geométrica sombra do tempo
a bailar ao som das horas.
e roda rodam rodopiam
por entre os troncos esbeltos
fazendo inveja aos vizinhos
pinheiros e às árvores de fruto
espectadores atentos
plateias de segunda linha
continuam espalhar o doce
perfume da fruta fresca
e dourada. mais atrás o néctar
das vinhas inebria o ar e
o par que evolve.
e se de moliére as pancadas
soarão com o sol
entre sombras luzes e cortinas
abre-se a vida na casa.
com a noite cerrou o pano de cena
mantem-se acesa a chama interior
agora ao som de um nocturno
prolongado
In: "prelúdio na cidade" - João S Martins, inédito
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