quando menino dormia dormia...
domingo, 30 de setembro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
quando menino eu lia...
do outro lado da margemdo rio da grande cidade me perguntose algum dia será dia em que o livroirá falar e perguntar: terminaste?estarei pronto?há um percurso desde o dia meninoem que menino eu lia livrosde menino com palavrasde menino que falavafelicidades e falas de meninoolhar para trás ou mais alémpode ser opção ou tentaçãode saborear a viagem e as palavras...e depois?voltar a tempo de meninolivrode menino grande e do livrograndee soltá-lo como quem soltaum filhoao mundo depois de tanto rodarnos braços ou nas folhasassim farás de mim poeta aprendizdiz o livro ao rasgar os pedaçosdas palavras antigas sempre novase daí quem sabetudo poderá ser novamente novopalavras livros e meninosna cidade cujo nome será apenas"cidade de meninos apenas meninos"de homens sempre meninos...
In: "quando menino eu lia...", João S Martins, inédito
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quinta-feira, 20 de setembro de 2012
paixão
não a sigo fisicamente porque
não estou lá à hora
a que todos os desejos
e frustrações do mundo (todos
ou quase) cansaços e algumas
alegrias estampados nos vestidosdesaguam na ferry street.
será seu nome: são ou
maria da encarnação dos sonhos
ou dos pesadelos transportados
nos comboios da grande cidade.
debaixo do braço a magra bolsa
quase se confunde com a magreza
que dá forma à blusa amachucada.
mas todos os dias à mesma hora
ela e a mesma tristeza do mesmo comboio
percorrem os passeios da street
(chamar-lhe-ão talvez por isso
ferry dos stristes) não sei... eduvido que os nomes sejam
apenas marias ou são ou ...
todos os nomes de todas as marias
esquecidas no relógio e nas horas(...)
In: FERRY STREET RUA DA PALAVRA - inédito
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
viagem
e uma rua pelo meio...um antes do comboio e das linhas de ferro,outro mundo para ládo relógio, das pontes, do rio, do mar.Antes do comboio, ou seria um aviãoos sonhos chegavam de barcoque importa: em qualquer ladohá sempre uma estação:escadas, bilhetes, papéis, sonhos,malas, malas, caixotes e mais sonhos,e um língua amada, muitas línguas,e outra língua nova ignorada.
Para trás ficavam outros sonhos, sons línguas,palavras, corações, razões para dizer não,o que sempre vinha era a vontade,a força da mente e dos braços, as mãos....e das palavras, variações sobre um tema de rua
In: FERRY STREET RUA DA PALAVRA, inédito
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sexta-feira, 7 de setembro de 2012
acasos
um gritona noite
um traçode luzum gemido
de jazz
a marca
de um péum silênciocortado
a cadênciade um astro
a palavra
redondaum instanteem segredo(...)
o acaso éuma obra de arte!
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
esculturas "de ver as mãos" - 6. fado antigo
fado antigo fado eterno fado novo
de palavras e baladas renovadas
trouxeste de longe a voz do povo
e as vidas nas cordas desvendadas
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