levanta-se
como qualquer mortal sentimentoe estica-se em frentealonga-se e prolonga-seno subtil movimentode quem pretende acordarmuito ou pouco trabalhado?horas a fio centradasem instantes diáfanos.os dedos tentativamentese desenham em incríveispiruetas de um bailado melífluocircundando partículas de arque se sentem acariciadasum gesto alimenta-se de poucoou do muito que o corpoou o sentido lhe transmitemse é um gesto de pé ou de pernasorrateiramente se insinuae se cruz e descruzaentrelinhas, entreas linhascom que as sombras se cozemcom a parede ou com os cubosda calçadagesto de corpopoema da alma em tarde lânguidaentre penumbras elaranjas acetinados do solque sorrateiramente mergulhaenquanto o gesto subtilse adentra na noiteque se adensaà noite, o gesto vem só por si, com luzou sem ela, com luaou sem as estrelas do firmamentoque delicadamente colherapara fazer um ramalhete(daí um nobre gesto)insinua-se pelas dobrascamaleão do escurosó por si, sópor si se esvai e se evola...fazendo juz ao seu nome,num gesto de despedidasimplesmente... gesto
terça-feira, 19 de junho de 2012
o inefável dia de um gesto
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