terça-feira, 13 de setembro de 2011

poema - o corpo do livro

a meio da noite
na tua ausência os livros
são o corpo que me resta
as linhas são cabelos
palavras escritas são silêncios
os lençois passados a ferro
pele macia deslizam os sentidos
na capa do rosto um título
que é boca para os beijos
páginas poemas virados
por dedos inquietos até
ao capítulo final
sonho embalado ou exaltação!?
da caneta de olhos água
cai a gota tinta ou lágrima
que se evapora
no escuro sereno
a ser decifrado
em nova madrugada
cansado o medo
de adormecer deixo
acesa a luz da esperança
e as mãos quentes e livres
para mais escritas
antes que acabe o livro
dormirei por agora
boa noite
Pintura de Fernando Silva

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