quinta-feira, 29 de setembro de 2011

poema - caixas de sonhos

 
se os sonhos são maiores que as horas 
ou mesmo que as caixas dos sonhos
porque não sonhar maior
ou aumentar as caixas
que os nossos pequenos
grandes sonhos ocupam?

horas somos caixas somos gavetas
compartimentos dos sonhos que somos
 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

frutacores



 entre o doce mosto e o amargo, quem me quer? o amarelo? a branca luz? ou o desejo?

 Pinturas de Mateus Costa

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

era uma rosa









era uma rosa maria
na lapela do casaco;
se a olhava, sorria,
sonhava, e adormecia ...


Arte de Fernando  Silva                                              

domingo, 25 de setembro de 2011

OS SONS DA ARTE E DO SILÊNCIO 22

       Escultor Eduardo Martins e as suas mãos
  
" recriando as mãos à nossa imagem e semelhança

sábado, 24 de setembro de 2011

poema dos enigmas 2

descreve-me poeta
os mapas vivos…

frases iniciadas com letras
maiores que as figuras
personagens que pretendem
crescer e ver a luz. as datas
de nascimento apagadas
de quantos se esquecem
de morrer e não deixam
registos da passagem

sem rosto teatro inacabado
sem nome int(v)enção pura
Arte de Carlos Martins / Fernando Silva

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sala de visitas - diagonal do sol

                       
                        diagonal do sol - 1

brilha no amarelo
atravessa as cidades
redesenha linhas
curvos contrastes
em quadrado irreal

quem nasceu primeiro?
a luz ou a cor?





diagonal do sol - 2

amarelo redondo
cruzando cristais
presentes nas sombras
gestos curvos
sentidos despertos

quem nasceu primeiro?
o olhar ou a mão?


 Pinturas de Mateus Costa

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

poema - relógio de gestos


construamos um relógio
de gestos imperdíveis imparáveis
sessenta dentro de sessenta
vezes outros tantos
instantes da roda dentada

haverá um único
segundo gesto recriado
do original paraíso
do deus das mãos e dos gestos

incompletos seriam
a criação e o carrilhão
mudos na eternidade sem palavra
faça-se! simples

domingo, 18 de setembro de 2011

poema dos enigmas

 
como será uma escrita
sem os nomes das pessoas
ou das coisas que a habitam
os minutos em que vivem
datas papeis fotografias...
lugares de uma memória
apagada ou esquecida
na gaveta da história

(...)

diz-me pintor como geras
as faces palmas da mão
as pegadas e os traços
dos enigmas

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As ondas do fado 8


 












alma nos dedos, na voz
que canta e soletra as mágoas, 
uma a uma, ondas de fado,
quando a mão embala as águas

terça-feira, 13 de setembro de 2011

poema - o corpo do livro

a meio da noite
na tua ausência os livros
são o corpo que me resta
as linhas são cabelos
palavras escritas são silêncios
os lençois passados a ferro
pele macia deslizam os sentidos
na capa do rosto um título
que é boca para os beijos
páginas poemas virados
por dedos inquietos até
ao capítulo final
sonho embalado ou exaltação!?
da caneta de olhos água
cai a gota tinta ou lágrima
que se evapora
no escuro sereno
a ser decifrado
em nova madrugada
cansado o medo
de adormecer deixo
acesa a luz da esperança
e as mãos quentes e livres
para mais escritas
antes que acabe o livro
dormirei por agora
boa noite
Pintura de Fernando Silva

domingo, 11 de setembro de 2011

poema de silêncio



invocação do silêncio
que já existe no mesmo
tempo do temor
silêncio engolido
como um grito
de pó e sombra
intragável silêncio
dos anos das horas e dos     minutos futuros
a preto e branco
turvo silêncio

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

livro - mãos verdadeiras

mãos verdadeiras em NEWARK  New Jersey brevemente

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Escreverei até que a mão me doa...



Escreverei até que a mão me doa... 
               é a minha fé, o meu fado

Quando iniciei este blogue, já la vão uns meses, defini e clarifiquei para mim mesmo os seus objectivos:

Divulgar a escultura em madeira do meu pai, a arte de Eduardo Martins
Mostrar algumas das minhas esculturas e aprendizagem no trato da madeira
Apreciar a arte dos meus amigos, que a tal se dispuserem - a Sala de visitas continua aberta para a pintura, desenho, fotografia, escultura, escrita, mãos
Dar a conheceros os meus poemas, a minha escrita, os meus livros
Valorizar o sentido poético e artístico das mãos


 

 ... tudo isto com a certeza de que toda a arte nasce de um acto de amor -  artamarte
Assim continuarei até que as mãos se recusem, enquanto sentir o pulsar, o meu e o de quem visita e lê.
        Voltem sempre,
       que eu por aqui estarei.